quarta-feira, 2 de abril de 2014

Um problema típico dos casais... do ser-humano

Recentemente, em uma conversa com um casal amigo, surgiu a questão do porquê dos casais terem seu jeito particular de ser, de relacionar, tanto no modo como cada casal busca prazer como pelo modo como são marcados pelo desprazer, brigas e atribulações. Estas últimas, situações que aos olhos dos outros deveriam ser motivos de rompimento, término ou mudança. O que vemos na prática é que isso muitas vezes não muda, não causa um término e que o próprio casal se comporta de modo que o conflito se mantenha, mesmo sem terem consciência disso.
Como pode alguém querer viver assim dessa maneira?
A história de vida de cada um é permeada por vivências, ensinamentos, problemas e traumas que antes mesmo de nascermos estão prontos a serem passados de nossos ancestrais para nós. Nossos familiares nos transmitem uma soma de experiências, e essas se juntam àquelas situações que nós mesmos vamos presenciando desde a infância. Assim, formamos nossa personalidade e iniciamos certos padrões de comportamentos, repetições e imaginações que nem sempre nos trazem prazer.

Os casais se formam exatamente a partir das fantasias e marcas inconscientes que cada um possui e que em alguma medida se mostram favorecidas e instigadas pela fantasia do outro. Aqui cabem as expressões populares “um gambá cheira o outro” e “cada pé com seu chinelo”. Em um casal, os parceiros são os sintomas um do outro, são a dor e o prazer um do outro. Cada relacionamento satisfaz pontos particulares inconscientes de cada um, sejam pontos de sofrimento ou de prazer. Existem motivos fortes e nem sempre tão claros para isso... e nem sempre tão fáceis de serem abandonados.
Em relação às situações de sofrimento, somente quando um dos dois do casal decide não mais ficar tão entregue a esta carga inconsciente de comportamentos e de mal estar, que uma mudança pode ocorrer. Ou o(a) parceiro(a) revê também a sua postura, se retifica e se implica numa mudança ou o término provavelmente estará próximo.
Somos sim fruto de um meio, de uma criação, de cargas de nossas gerações passadas, mas diante disso temos nossas escolhas e decisões sobre o que queremos mudar. Antes mesmo de nascermos uma história já vinha sendo escrita e o que faremos com isso que nos foi dado é de responsabilidade de cada um. Cada um decide o que quer manter e repetir em um relacionamento. Ninguém é vítima de uma situação que se repete em sua própria vida e que conta com sua própria participação, por mais que muitos insistam em ocupar esse lugar de vítima.

Todo ser humano traz em si um traço masoquista e extrai prazer do sofrimento. Faça sua a responsabilidade por isso que em você se repete.

Um comentário:

  1. Recomendo o suicídio, mas não o literal. Ao invés disso, recomendo que mate uma parte psicológica de sua mente que se apoiava nas antigas certezas para se enaltecer. De agora em diante você precisa ser um morto-vivo. Alguém que, apesar das feridas, segue em frente. Assim, quando chegar o dia de sua morte real, talvez você tenha estado o mais vivo que pôde. A verdade é que todos nós carregamos nossos destroços, não se engane com as fotos do Facebook alheio.

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