domingo, 24 de abril de 2011

Calma lá com esse tal de T.D.A.H.


O que é TDAH? Muitos perguntarão ao ver esta sigla no título do artigo de hoje. Mas outros muitos saberão bem do que se trata: Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade ou também chamado de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção).
É um transtorno neuque surge na infância causando desatenção, impulsividade e dificuldade de manter-se quieto, podendo acompanhar a pessoa por toda sua vida. Um déficit bem específico, tratado frequentemente a partir de medicamentos como, por exemplo, Vevanse, Ritalina, Concerta, Strattera, ou até mesmo com antidepressivos como o Tofranil (Imipramina) e o Parmelor (Nortriptilina).
As crianças e adolescentes acometidos por este distúrbio são levados a tratamentos rigorosos, mas existem casos onde o uso medicamentoso foi iniciado de forma precipitada e o diagnóstico feito somente com base em comportamentos isolados, que aparentemente são comuns da fase infantil e adolescente. O que quero trazer na discussão de hoje é a banalização do uso das medicações, principalmente da Ritalina.
Desatenção, impulsividade, agitação são características normais de algumas crianças e adolescentes. Estranho mesmo é quando a criança não se comporta assim ou não tem expressão aberta. Preocupa-me muito mais uma criança ou adolescente com apatia do que com agitação.
As escolas, professores e pais estão a todo o momento às voltas com os comportamentos dos alunos e querem resoluções rápidas e eficazes, mas não é a partir de uma dificuldade de concentração e agressividade que necessariamente teremos diante de nós um aluno portador de TDAH. A inquietação de uma criança pode ser o motivo para leva-la erroneamente ao tratamento medicamentoso quando nos esquecemos de situar seu comportamento dentro de sua esfera afetiva familiar e social. Pode acontecer de comportamentos iguaizinhos aos sintomas de TDAH não serem de causa neurobiológica, e por isso mesmo, não serem considerados um distúrbio cerebral, assim, portanto, não serão curados através de remédios. Os transtornos neurológicos existem, mas devemos ter calma para não concluirmos que qualquer impulsividade e agitação serão consequências de um adoecimento por TDAH. Situações como estas também surgem a partir de causas psicoafetivas, que estejam acontecendo na vida da criança, ou que já se arrastam ao longo de sua vivência familiar.
O remédio auxilia na diminuição da intensidade do distúrbio e no apaziguamento dos sintomas, mas as causas de um sofrimento nem sempre serão biológicas.
Vale a pena ver: http://www.youtube.com/watch?v=uE0mysIHvvg

3 comentários:

  1. Parabéns! Os artigos estão cada dia melhores e sempre sobre temas da atualidade! Continue assim!

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  2. Conheço um garoto de 14 anos com DDA, que faz uso de medicação há alguns anos, porém, não sei se é por falta de apoio e interesse dos pais, ele não tem o poder da escrita e leitura para um garoto da idade dele.
    Parabens pelo artigo. Essa é uma temática que merece ser discutida.

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  3. Realmente, o tema é atual e merece discussão. Crianças e adolescentes estão iniciando tratamentos medicamentosos desnecessários. O mundo pragmático pós-moderno excluiu o tempo de compreensão dos sintomas e a busca pelas raízes dos adoecimentos.

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