segunda-feira, 13 de junho de 2011

Alguns escritos e pensamentos próprios nos intervalos do consultório

A linguagem é um campo onde o ser humano entra para tornar-se sujeito. Isso não é nada natural a ele. (23/04/2012).

O isolamento e agressividade do autista é uma posição defensiva diante da presença do insuportável furo no Outro. (15/07/11).

O inconsciente gira na medida em que convidamos o sujeito a falar, apresentando-o à enunciação presente nos seus enunciados. (15/07/11)

A Psicanálise surge no momento em que as formações do inconsciente, rejeitadas pela ciência, passam a ser escutadas. (13/07/11)

A medicina trata do organismo. A psicanálise trata do corpo. O organismo não fala, não deseja; e o que conhecemos por anatomia, subjetivamente se organiza de outra forma... a neurose histérica nos dá notícia disso. (08/07/11)

Cada sujeito encontra seu modo particular de conduzir o conflito intrínseco à condição de ser humano, isto é, cada um cria uma amarração peculiar para o problema da sexualidade. É o que chamamos de sintoma na Psicanálise. (08/07/11)

É preciso que a mãe tome o filho como seu pequeno objeto de desejo, para que o filho seja capturado e não fique perdido à deriva autista. Num segundo tempo é preciso que o pai corte essa relação imaginária mãe-filho para que a criança não se prenda na psicose. (22/06/11)

O Psicótico trata a realidade e o seu corpo como coisas desamarradas e desligadas. Um pouco desta constatação é o que o neurótico não suporta, esconde e nega. (10/01/11)

A mulher insatisfeita é a causa de movimento do homem. A histérica provoca o mestre e o destitui para fazê-lo produzir mais. (22/01/11)

O analista não deve responder demandas, começando por não demandar nada do paciente, nem mesmo sua felicidade, seu sucesso. Acolhemos a demanda para fazer desta um caminho à causa de desejo. (27/01/11)

A linguagem  é um aparelho autônomo e alheio à realidade. Realidade que acaba sendo mordida e atingida por palavras.(01/02/11)

O desejo é sempre busca de algo outro, pois para sempre algo está perdido e não referenciado, a não ser, referenciado ao nada. (07/02/11)

A transferência é um efeito do discurso analítico e não da pessoa do analista. (18/03/11)

O inconsciente não é algo profundo, mas está na superfície moëbiana do corpo. (05/05/11)

A angústia é a materialização de algo no lugar onde deveria haver causa de desejo. (26/05/11)

Não me dê isso que peço, pois não é isso que quero... Amar é dar o que não se tem, é amar a falta encarnada pela pessoa amada. (13/05/11)

Um comentário:

  1. Isso é o que tem surgido desde o início do ano, entre uma consulta e outra, entre uma leitura e outra. Na medida em que novas articulações forem surgindo, as colocarei aqui.

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